segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

um ponto de luz.




Escutando no vento
Tua voz secreta
Que me sopra por dentro
Deixa-me ser só seu
No teu colo eu me entrego,
Para que me nutras
E me envolvas
Deixa-me ser só seu

Um ponto de luz
Que me seduz
Aceso na alma
Um ponto de luz que me conduz
Aceso na alma

Por trás dessa nuvem
Ardendo no céu
O fogo do sol raia
Eternamente quente
Liberta-me a mente
Liberta-me a mente

Um ponto de luz que me seduz aceso na alma

Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: janeiro 2012
Texto: Sara Tavares (Ponto de Luz)

domingo, 22 de janeiro de 2012

dias de domingo



Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Prá sentar e conversar
Depois andar
De encontro ao vento...

Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia...

Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo...

Já não dá mais prá viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo...

Ver o sol amanhecer
E ver a vida acontecer
Como um dia de domingo...

Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar
Por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar
A voz do coração...

Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: janeiro 2012
Texto: Tim Maia (dia de domingo)

sábado, 21 de janeiro de 2012

cartas perdidas



Não falei contigo
Com medo que os montes e vales que me achas
Caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
Que a estabilidade lógica
De quem não quer explodir
Faça bem ao escudo que és...

Saudade é o ar
Que vou sugando e aceitando
Como fruto de Verão
Nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também
Que num dia maior serás trapézio sem rede
A pairar sobre o mundo
Em tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.

Desconfio que ainda não reparaste
Que o teu destino foi inventado
Por gira-discos estragados
Aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
De sincronização do coração
São leis como paredes e tectos
Cujos vidros vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
Por cima de todos os teus números
Raízes quadradas de somas subtraídas
Sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida
Um ciclo vicioso
Harmonioso ao teu gesto mimado
E à palma da tua mão...

Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti...

Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém...
Se não te deste a ninguém
Magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
A mim... passou-me ao lado.

Foto: André Carvalho
Local: Cabanas de Tavira
Data: janeiro 2012
Texto: Toranja (carta) 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

o entardecer de um amanhecer

O frio aperta na manhã submersa
entra a neblina com o sol a nascer
contando os passos para se entreter
lá vai ele, ainda a sonhar

não sabe o nome mas conhece o cheiro
quando ela entrar no apeadeiro
talvez mais tarde quando a escola acabar
mesmo à saída, a bola a girar
ela apareça e ele consiga falar

a rapariga saiu da escola
viu os rapazes a jogar à bola
passou por eles, houve um que sorriu
não ligou, e a rua subiu

só mais tarde, já ao deitar
olhou o espelho onde foi encontrar
o amor escondido e então sorriu

Foto: André Carvalho
Local: Serra da Vila - Torres Vedras
Data: agosto 2010
Texto: Xutos e Pontapés (manhã submersa) 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

amigo




E com um brilhozinho nos olho, guardei um amigo, que é coisa que vale milhões....

Com um brilhozinho nos olhos
E a saia rodada
Escancaraste a porta do bar
Trazias o cabelo aos ombros
Passeando de cá para lá
Como as ondas do mar
Conheço tão bem esses olhos
E nunca me enganam
O que é que aconteceu diz lá
É que hoje fiz um amigo
E coisa mais preciosa no mundo não há
É que hoje fiz um amigo
E coisa mais preciosa no mundo não há

Com um brilhozinho nos olhos
Metemos o carro
Muito à frente muito à frente dos bois
Ou seja fizemos promessas
Trocámos retratos
Traçámos projectos a dois
Trocámos de roupa trocámos de corpo
Trocámos de beijos tão bom é tão bom
E com um brilhozinho nos olhos
Tocámos guitarras
Pelo menos a julgar pelo som
E com um brilhozinho nos olhos
Tocámos guitarras
Pelo menos a julgar pelo som

Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: agosto 2011
Texto: Sérgio Godinho (brilhozinho nos olhos)


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A primavera da vida



Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci

Parasse a vida
Um passo atrás
Quis-me capaz
Dos erros renascer em ti

E se inventado, o teu sorriso for
Fui inventor
Criei o paraíso assim

Algo me diz que há mais amor aqui
Lá fora só menti
Eu já fui de cool por aí
Somente só, só minto só

Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...

Se há tulipas
No teu jardim
Serei o chão e a água que da chuva cai
Para te fazer crescer em flor, tão viva a cor
Meu amor eu sou tudo aqui...

Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: setembro 2010
Texto: gift (primavera)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Encontrou-se....



...entrega-se a quem provar pertencer.


Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: janeiro 2012
Texto: André Carvalho

domingo, 8 de janeiro de 2012



E findou a mais bela Aurora da minha vida...


Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: agosto 2010
Texto: André Carvalho


Em memória de Mª Aurora Santos 1929-2012, minha avó, minha amiga, minha mãe. Uma das duas mulheres da minha vida que jamais irei por um segundo esquecer. Até sempre! 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Às vezes eu entendo, que é apenas um momento, e o melhor há-de vir.



Às vezes é tarde demais, para seguir em frente.
Às vezes é cedo demais, para voltar atrás.
O tempo também é inverso, à nossa vontade.
E às tantas o que nos atrai, já não é verdade.
Porque é fácil não estar no lugar marcado,
E é tão fácil seguir o caminho errado.
Às vezes eu não salto com medo de voar,
Às vezes eu não sonho, com medo de acordar.
Às vezes eu não canto, com medo de me ouvir,
Às vezes eu entendo, que é apenas um momento, e o melhor há-de vir.
Às vezes eu não salto com medo de voar,
Às vezes eu não sonho, com medo de acordar.
Às vezes eu não canto, com medo de me ouvir,
Às vezes eu entendo, que é apenas um momento, e o melhor há-de vir.
Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: agosto 2011
Texto: classificados ( medo de voar)

o teu poema


No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo

O passo da coragem em casa escura

E, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite

O riso e a voz refeita à luz do dia

A festa da Senhora da Agonia

E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio

A sina de quem nasce fraco ou forte

O risco, a raiva e a luta de quem cai

Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema

Existe o grito e o eco da metralha

A dor que sei de cor mas não recito

E os sonos inquietos de quem falha.

No teu poema

Existe um canto, chão alentejano

A rua e o pregão de uma varina

E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio

O canto em vozes juntas, vozes certas

Canção de uma só letra

E um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas

Existe um rio

A sina de quem nasce fraco ou forte

O risco, a raiva e a luta de quem cai

Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema

Existe a esperança acesa atrás do muro

Existe tudo o mais que ainda escapa

E um verso em branco à espera de futuro....

Foto: André Carvalho
Local: Tavira
Data: 02/01/2012
Texto: Carlos do Carmo (no teu poema)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

lugar encantado




 É um lugar encantado 
entre o mundo e a solidão 
onde se espreitam estrelas 
e a vida cabe nas mãos
sento-me em frente ao mar 
olho para longe do fim 
perdem-se barcos na espuma 
não sei se é dentro de mim
e fico um pouco mais 
gosto que anoiteça aqui 
só neste lugar tudo faz sentido 
mesmo sem ti
é uma praia onde a noite 
me faz lembrar quem eu sou 
sem ouvir o que me pedem 
sem importar o que dou
antes de todas as mágoas 
havia o mesmo luar 
só eu cumpri a promessa 
de cá voltar

Foto: André Carvalho
Local: Manta Rota - Vila Real Sto António
Data: 01/01/2012
Texto: Susana Felix (lugar encantado)

domingo, 1 de janeiro de 2012



Trago um buraco no futuro 
traz presentes fugidios 
e memorias de navios 
E traz tanta confiança 
que se é sempre criança 
mesmo quando não se quer 
O que foi não volta a ser 
mesmo que muito se queira 
e querer muito e poder 
o que foi não volta a ser 
pode vir algo melhor 
embora sempre pareça 
que o pior está por vir 
nunca se deve esquecer 
Não há volta 
sem partir 
o que foi não volta a ser


Foto: André Carvalho
Local: Manta Rota - Vila Real Sto António
Data: 01/01/2012
Texto: Xutos e Pontapés (o que foi não volta a ser)